Domingo, 28 de Fevereiro de 2010
publicado por JN em 28/2/10

Quando voltava a Inglaterra, Gary Bellchambers comportava-se como um pobre homem. Conduzia um Ford Escort e, à noite, regressava invariavelmente à casa que abandonara anos antes: uma pequena habitação situada num bairro social de Rainham, no condado de Essex. Quando chegava à Tailândia, o país para onde se mudara em 2000, porém, tornava a ser o homem em que entretanto verdadeiramente se transformara. Tinha mais de vinte casas, velejava num iate de dois milhões de euros, era membro dos clubes de golfe mais exclusivos, apanhava jactos para ir visitar o restaurante flutuante que detinha na Austrália – e gabava-se sem reservas de possuir acções de mais de vinte das maiores empresas britânicas.

O seu modo de vida começou a ruir no final de 2006. Antes disso já houvera problemas com uma série de bolas de golfe que ele próprio fornecera para um grande torneio amador em Espanha – e a identificação de um ninho de aranha tropical na concavidade da cabeça de um taco que comercializara também levantara suspeitas em Inglaterra. Mas só em Outubro desse ano uma mulher decidiu queixar-se anonimamente ao eBay da legitimidade de um set de tacos Mizuno que o marido comprara através do site de leilões. Resultado: a queixa seguiu para as autoridades britânicas, que em Novembro lançaram a Operação Augusta – e em poucas semanas foram apreendidas centenas de milhar de tacos e acessórios de golfe, assim como constituídos arguidos oito cidadãos britânicos, Bellchambers incluído.

Na verdade, tratava-se de uma rede global de contrafacção – “a maior conspiração para venda e comercialização de produtos falsificados que alguma operou através do eBay”, segundo veio a ser declarado em tribunal. Ao longo de cinco anos, Gary Bellchambers e uma série de cúmplices espalhados pelo Reino Unido, pela Irlanda, pela Alemanha, pela Austrália, pelos Estados Unidos, pela China, por Hong Kong e pela Tailândia distribuíam para os cinco continentes tacos falsos de quase todas as marcas, em especial Taylor Made, Callaway e Odissey. A coordenação estava instalada em Pattaya, na Tailândia. Os tacos, vindos normalmente da China, custavam-lhes todos menos de três libras (menos de € 3,50, portanto) e eram vendidos à média de 100 libras a unidade (€ 115, portanto), com um lucro superior a 3000 por cento. Foram lesados centenas de milhar de cidadãos de todo o planeta. Os lucros da rede não foram quantificados, mas ascendem a “milhões de libras”, segundo a acusação.

O julgamento realizou-se este Inverno ao longo de onze semanas. Quatro cúmplices de Belchambers, residentes em Rainham, Hertford e Blackpool, já foram condenados a cerca de 30 meses de prisão cada um, ao abrigo da britânica Criminal Law Act 1977, por “conspiração para vender tacos e acessórios de golfe com formas, etiquetas e sinais passíveis de os fazerem confundir com tacos de marcas oficiais”. Gary Bellchambers, o líder da quadrilha (e ao qual os restantes chamavam “The Man”, ou “O Homem”) era para ser conhecer a sua sorte a 25 de Janeiro, mas a juiz Jacqueline Beech, a que o tribunal de Snaresbrook Crown (Londres) entregou o processo, decidiu adiar a leitura da sentença para amanhã, dia 1 de Março. Em cima da mesa está uma pena que pode ir até 10 anos de prisão. O facto de Bellchambers ter-se declarado culpado pode atenuar a pena. A circunstância de ser assumidamente o líder da quadrilha terá, naturalmente, o efeito contrário.

Problema resolvido? Longe disso. Garante Bill Adams, Trading Standards Officer do concelho londrino de Havering, que coordenou toda a operação de desmontagem da rede, que os riscos permanecem. “Os tacos de Bellchambers continuam a ser vendidos. Aliás, nem sequer podemos excluir que, de alguma forma, o dinheiro desta rede continue a ser canalizado para ele”, disse Adams ao “The Times”. “De qualquer maneira, há outras redes a operar online. Inúmeras, embora de diferentes dimensões. No fundo, há demasiado em jogo para o esquema morrer. E é um esquema demasiado grande e demasiado global para alguém conseguir deitar-lhe a mão. É preciso não esquecer que nós apanhámos oito pessoas. Oito ingleses que estavam em Inglaterra. O resto continua por aí, disperso pelo mundo. E está tudo nas mãos dos golfistas. Enquanto as pessoas continuarem a comprar estes tacos, eles continuarão a existir.”

“A Nike, não sendo líder de mercado, não é das marcas mais contrafeitas. Mas que as falsificações existem, lá isso existem. Online e, até, em algumas lojas que se fornecem online. Tenho sempre cuidado em tentar identificá-las, de forma a não misturar o meu material com o falsificado”, diz Rui Coelho, representante da Nike em Portugal. “Eu não sei se a situação é melhor ou pior do que há uns anos. Mas sei que a contrafacção existe. A minha regra é: online não se deve comprar nunca. É perigoso. E, mesmo nas lojas, é preciso que o cliente de certifique da legitimidade da mesma”, acrescenta Stéphane Castro Ferreira, representante da Callaway. Embora a maior parte das redes (como, aliás, a de Gary Bellchambers) operem através do eBay, não tendo portanto uma loja física ou sequer um site próprio, a fraude espreita a cada esquina, tendo já mesmo actuado através de pelo menos uma loja física portuguesa (ver caixa). E, em Inglaterra, os cúmplices de Bellchambers chegavam mesmo a organizar fittings a meias com as lojas que forneciam.

Segredo: desconfiar – desconfiar sempre – dos negócios da China. Para além do enorme prejuízo financeiro que estes tacos representam para cada jogador que os compre, o golfe com ele praticado fica sempre aquém das reais potencialidades do jogador em causa, mesmo que ele venha a convencer-se do contrário. De acordo com testes químicos e mecânicos realizados para a revista “Golf World” pelo profissional de golfe Mark Yonwin e pelo investigador Andreas Chrysanthou, da Universidade do Hertfordshire, os tacos de contrafacção são feitos de ligas menos valiosas e têm uma performance profundamente mais errática, perdendo em todos os parâmetros na comparação com os tacos legítimos: velocidade de taco, velocidade de bola, smash factor, taxa de spin, tempo de voo, carry, distância total e, principalmente, precisão. O que prova que, tal como na vida, também no golfe, quando um preço parece bom de mais para ser verdade, o mais provável é que o seja.


 


 


COMO DETECTAR UM TACO FALSO?


Não é fácil, sobretudo quando não se anda permanentemente a par das novidades do mercado. Mas há meia dúzia de cuidados que reduzem substancialmente as possibilidades de nos deixamos enganar.


HEADCOVERS

A qualidade da contrafacção tem melhorado, pelo que agora até já se encontram nos tacos falsos headcovers exactamente iguais às que acompanham os tacos verdadeiros. Mas nem sempre isso é verdade. Em alguns casos, as headcovers de contrafacção são obviamente mal feitas, com maus materiais e cores deturpadas. A regra é: se a headcover for má, desista logo; se for boa, passe aos pontos seguintes da despistagem.


PACOTES

O mesmo se passa com as dimensões da venda. Até recentemente, os tacos de contrafacção eram todos vendidos em pacote, incluindo os ferros do 3 ao SW (e até, às vezes, madeiras), coisa que as marcas oficiais há muito não faziam. Hoje em dia, os falsificadores já vendem à unidade. Mas, atenção: não todos. Portanto, se o pacote for “total”, desista logo; se não, passe aos pontos seguintes da despistagem.


PESO E DIMENSÕES

É um teste aplicável sobretudo aos drivers e às madeiras. Os tacos contrafeitos são normalmente mais pequenos e mais pesados do que os tacos legítimos. Se tiver oportunidade, compare o taco em causa com outro do mesmo modelo. Mas, pelo menos, pegue nele e “sinta-o” nas mãos. Se lhe parecer que há algo errado, vale a pena certificar-se da sua legitimidade antes de puxar do cartão de crédito.


TITÂNIO

Sempre que for às compras a uma loja de que suspeite minimamente, leve de casa um íman, mesmo que tenha de ir roubá-lo à porta do frigorífico. Depois, tente colá-lo a qualquer taco que reclame ter titânio. Quase todas as ligas que incluem titânio são incapazes de atrair um íman. E o facto é: a esmagadora maioria dos tacos de contrafacção são construídos com ligas sem titânio, que é um material caro. E atraem ímans, pois.


CABEÇAS

É outro teste que exige a existência de um taco seguramente legítimo para comparação. As letras da marca inscritas na cabeça dos tacos, nomeadamente dos ferros, são normalmente mais largas ou mais estreitas do as existentes num taco legal. Da mesma forma, a cor da cabeça não é igual, apresentando quase sempre sombreados diferentes, que lhe dão uma tonalidade geral diferente também.


NÚMEROS DE SÉRIE

Normalmente os tacos contrafeitos nem sequer trazem números de série inscritos na vareta original (junto ao grip),. Mas às vezes trazem, copiando-os aleatoriamente de um número de série qualquer, da marca em causa ou de qualquer outra. As marcas costumam têm todas um número de telefone para o esclarecimento de dúvidas deste tipo. Basta ir buscá-lo ao respectivo site, telefonar e conferir os números de série em causa.


GRIPS

Nos tacos contrafeitos, as letras com a marca e o modelo do grip apresentam quase sempre os mesmos problemas apresentados pelas letras das cabeças. Mas, mesmo sem taco legítimo para comparação, é possível identificar uma cópia: os grips, normalmente feitos de borracha de pneu, têm um cheiro a químico – e, além disso, não costumam trazer uma tira perfuradora ao longo do plástico que a cobre, mas apenas uma tira vermelha pintada.


SELOS NAS VARETAS

Os clássicos autocolantes Dinamic Gold de um taco contrafeito são quase sempre de dimensões e/ou tonalidades diferentes dos autocolantes existentes nos tacos legítimos. E isso é quando há autocolantes. Normalmente, uma cópia apenas traz a expressão Dinamic Gold em letras pintadas, sendo possível apagá-las com uma simples borracha, embora com alguma persistência.

PREÇO

Como os métodos de contrafacção estão cada vez mais sofisticados – e o resultado final tende a ser cada vez mais parecido com o original –, o preço mantém-se como o melhor e mais eficaz meio de despistagem. Se um taco lançado recentemente está, num determinado site ou numa determinada loja, muito mais barato do que na concorrência (mesmo que o desconto a si mesmo se intitule “promoção”), então o mais natural é que se trate de contrafacção. Não se iluda, portanto.


 





“O MATERIAL DE CONTRAFACÇÃO ESTÁ POR TODOS OS LADOS”


Luís Sequeira, mecânico de origem, abriu a sua primeira loja de golfe em 2006. Chamou-lhe Lagos Golf Shop. Golfista amador, com tempo de golfe suficiente para possuir um simpático handicap 12, cumpria um velho sonho. Mas sabia que a concorrência das grandes cadeias, sediadas em muitos casos nas club-houses dos próprios campos, era difícil. E, quando os preços dos tacos e dos acessórios que encomendava às marcas começaram a ameaçar-lhe o orçamento, decidiu atalhar. Foi à Internet, à procura de material mais barato. E encontrou-o.

Naturalmente, era material de contrafacção. Hoje, à distância de mais de três anos (e com a experiência entretanto acumulada), diz que já não se deixava enganar. Na altura, deixou-se. Durante vários meses, vendeu material falsificado das mais diversas marcas, sempre (garante o próprio) sem perceber que estava a fazê-lo. Comprava por metade do preço e vendia com 20 por cento de desconto. “O negócio ia de vento em popa”, recorda. De tal forma que a Lagos Golf Shop veio a juntar mais uma loja ainda: a Vilamoura Golf Shop, inaugurada em Maio de 2007. E foi precisamente aí que os problemas surgiram, em Junho de 2008.

Uma denúncia para a Brigada Fiscal levou os agentes à loja. Resultado: material apreendido e processo instaurado. Luís Sequeira garante que não consegue quantificar a quantidade de material de contrafacção que vendeu, mas que, de qualquer maneira, “não foi assim tanto”. Aos clientes que conhecia, contactou-os e devolveu-lhes o dinheiro. Aos outros, pede desculpa. A Brigada Fiscal apreendeu quase tudo o que restava. No fim, Sequeira ficou apenas com um velho driver, que um cliente veio entregar mais tarde, já partido.

“Tive imenso prejuízo. Passei muito tempo sem dormir. E ainda tenho de ir a tribunal, pois o processo está em curso”, conta. “Não o fiz por mal. Não sabia o que estava a fazer – e, naturalmente, nunca mais o repeti”, acrescenta. Fechada a loja de Vilamoura, Luís Sequeira ainda conseguiu manter viva a de Lagos – e ainda abriu uma nova no Carvoeiro. “Para além da loja, tenho também uma oficina de tacos. E uma coisa posso garantir: muito do material que me aparece aqui para reparar é de contrafacção. Hoje, sei ver a diferença. E ele anda aí por todos os lados…”


FEATURE. J, 28 de FEVEREIRO de 2010

tags:
publicado por JN em 28/2/10

E, pronto, aí está a primeira grande medida de Júlia Pinheiro como directora de Formatação de Conteúdos da TVI: o lançamento, já em Março, de um programa sobre espiritismo, não por acaso apresentado pela própria. Ao que se sabe, a ideia é, com a ajuda de uma medium inglesa, colocar os “famosos” a “falar” com os seus entes queridos já mortos. Ruy de Carvalho saiu exultante de uma das primeiras sessões de gravação, garantindo que havia falado com Ruth de Carvalho, de quem ficou viúvo há dois anos. Moita Flores não quis ser tão efusivo, mas sempre foi adiantando que terá falado com a sua mãe, igualmente já falecida.


Não vou questionar o valor do espiritismo como mote televisivo, assim como não questionarei a legitimidade de programas centrados no catolicismo, no protestantismo ou em qualquer outra tradição destinada a prover os cidadãos de conforto espiritual. Mas sempre me pergunto duas coisas. A primeira é genérica: o que pode interessar, para o telespectador, num programa em que um convidado “famoso” supostamente debate a sua intimidade com o espírito de uma pessoa que amou (ou ama). A segundo é personalizada: o que motivará um actor com a imagem de Ruy de Carvalho ou um escritor (e político) com a carreira de Moita Flores a exporem-se àquilo que, provavelmente, será apenas mais uma etapa na nossa já longa odisseia pelos domínios da trash TV?

Percebê-lo é única expectativa quanto ao dito programa, aliás com título ainda provisório (Evidências). Quanto ao resto, fica a esperança de que, apesar do absurdo da proposta, o formato consiga alcançar um mínimo de dignidade. Por esta altura, não é fácil acreditar nisso.


CRÓNICA DE TV ("Crónica TV"). Diário de Notícias, 28 de Fevereiro de 2010

Sábado, 27 de Fevereiro de 2010
publicado por JN em 27/2/10

Há algo de reconfortante na candidatura de Fernando Nobre à Presidência da República. Todos os povos, já se sabe, merecem um Barack Obama – e este, bem vistas as coisas, não é nem melhor nem pior do que a maior parte dos outros Barack Obamas que podíamos ter. Para além de tudo, qualquer homem que possa impedir Manuel Alegre de telefonar a Vaclav Havel a fazer negaças, cantando de lado de cá do telefone: “Eu também já sou presidente, toma, toma…”, é homem que, em minha opinião, deve avançar sem hesitações.


Tão-pouco me inquieta, aliás, que Fernando Nobre não tenha experiência política, ou sequer que a sua primeira intervenção se tenha assemelhado perigosamente ao discurso de tomada de posse do novo presidente da Junta de Freguesia de Sobradelo da Goma, Póvoa de Lanhoso, a que infelizmente não pude assistir, mas sobre o qual recebi relatos. Quem acompanha os escândalos da posição e a forma como a oposição os gere, quem sabe de onde vem esta crise e como se propõem resolvê-la os diferentes candidatos a primeiro-ministro, quem vê a agonia do PS e a lutas internas no PSD e a demagogia do Bloco de Esquerda e o silêncio do CDS e a propostas capitalistas do PCP – quem vive em Portugal, enfim, sabe que este sistema partidário não está outra coisa senão falido e, portanto, urgente de substituição por outro sistema qualquer.

Nesse sentido, Fernando Nobre é uma espécie de “candidato Melhoral”, que não faz bem nem faz mal. Talvez coloque, de alguma forma perigosamente, a esperança no sítio errado, confiante que continua na bondade original da espécie. Mas sempre nos permite ter mais um nome no boletim, o que não deixa de dar um certo estilo. Eusébio, que é Eusébio, nunca o conseguiu.

Acontece que não pode ser Presidente da República quem quer. Sim, eu sei que já lá tivemos Jorge Sampaio, o que não é grande cartão de visita para o cargo. Mas a questão é que, para além de assegurar a representação da República Portuguesa e a independência nacional, um Presidente da República tem de garantir ainda a unidade do Estado e o regular funcionamento das instituições. Se Portugal não fosse um regime semipresidencialista, ou atribuísse ao seu presidente funções tão patéticas como (por exemplo) a Alemanha ou a Itália guardam para o seu chefe de Estado, tudo bem. Para gerir crises políticas da dimensão daquela em que estamos a entrar – e por muito que, no caso, Cavaco Silva pareça demasiado tranquilo –, duvido que tenha capacidade. Eu também gostava muito da Irmã Lúcia e nem por isso queria vê-la em Belém.

De resto, não podia ser mais absurda a ideia de que esta candidatura, sendo política, não é politizada. Primeiro porque, representando para a candidatura oficial do PS (Manuel Alegre) o mesmo que Manuel Alegre representou há quatro anos para a candidatura do PS (Mário Soares), Fernando Nobre dá por si, de repente, no epicentro da mais intrincada e ressentida luta partidária da nossa história recente, ainda por cima no papel de marioneta – e, mais a mais, sem se ter apercebido a tempo de que, nos bastidores, alguém lhe puxava os cordelinhos. Depois porque, para quem se reclama protagonista da candidatura “dos que não tiveram voz até agora”, Fernando Nobre cai demasiado na retórica que alimenta tantos e tantos partidos inúteis, incluindo alguns a que os portugueses deram e dão voz. Feitas as contas, José Sócrates mata uma série de coelhos de uma só cajadada: vinga-se de Alegre, garante a reeleição do Presidente que bem vistas as coisas lhe dá mais jeito – e, no fim, nem sequer suja as mãos. Para um primeiro-ministro em xeque, não está nada mal.

Afinal, podemos apenas lamentar a auto-destruição de mais um dos nossos heróis, tão depauperado andamos já deles. Porque aquilo que Fernando Nobre consegue com esta inusitada candidatura, destinada quando muito a aproveitar a publicidade gratuita e a posicionar-se mediaticamente no caminho do Nobel, é provar-nos que, como já desconfiávamos, não há melhor mercado, hoje em dia, do que o mercado da boa-vontade. Ainda bem que sou um cínico. Já agora, façam lá um Governo com Margarida Pinto Correia com ministra da Cultura, Fernando Póvoas com ministro da Saúde e Vítor Baía com ministro da Juventude e Desporto – tudo gente bem-aventurada, em alguns casos até com fundações –, a ver se eu não me rio na mesma.


CRÓNICA ("Muito Bons Somos Nós"). NS', 27 de Fevereiro de 2010

tags:
Joel Neto


Joel Neto nasceu em Angra do Heroísmo, em 1974, e vive entre o coração de Lisboa e a freguesia rural da Terra Chã, na ilha Terceira. Publicou, entre outros, “O Terceiro Servo” (romance, 2000), “O Citroën Que Escrevia Novelas Mexicanas” (contos, 2002) e “Banda Sonora Para Um Regresso a Casa” (crónicas, 2011). Está traduzido em Inglaterra e na Polónia, editado no Brasil e representado em antologias em Espanha, Itália e Brasil, para além de Portugal. Jornalista de origem, trabalhou na imprensa, na televisão e na rádio, como repórter, editor, autor de conteúdos e apresentador. Hoje, dedica-se sobretudo à crónica e ao comentário, que desenvolve a par da escrita de ficção. O seu novo romance, “Os Sítios Sem Resposta”, sai em Abril de 2012, com chancela da Porto Editora. (saber mais)
pesquisar neste blog
 
arquivos
livros de ficção

"Os Sítios Sem Resposta",
ROMANCE,
Porto Editora,
2012
Saber mais


"O Citroën Que Escrevia
Novelas Mexicanas",
CONTOS,
Editorial Presença,
2002
Saber mais
Comprar aqui


"O Terceiro Servo"
ROMANCE,
Editorial Presença,
2002
Saber mais
Comprar aqui
outros livros

Bíblia do Golfe
DIVULGAÇÃO,
Prime Books
2011
Saber mais
Comprar aqui


"Banda Sonora Para
Um Regresso a Casa
CRÓNICAS,
Porto Editora,
2011
Saber mais
Comprar aqui


"Crónica de Ouro
do Futebol Português",
OBRA COLECTIVA,
Círculo de Leitores,
2008
Saber mais
Comprar aqui


"Todos Nascemos Benfiquistas
(Mas Depois Alguns Crescem)",
CRÓNICAS,
Esfera dos Livros,
2007
Saber mais
Comprar aqui


"José Mourinho, O Vencedor",
BIOGRAFIA,
Publicações Dom Quixote,
2004
Saber mais
Comprar aqui


"Al-Jazeera, Meu Amor",
CRÓNICAS,
Editorial Prefácio
2003
Saber mais
Comprar aqui