Sexta-feira, 18 de Setembro de 2009
publicado por JN em 18/9/09

As audiências de Nós Por Cá em 2008-2009 foram uma decepção – e a SIC decidiu repensar o formato. Fez bem: Nós Por Cá foi sempre uma boa ideia e, portanto, merecia uma segunda oportunidade. Mas nem por isso o programa melhorou. Porque, para além de encurtar o tempo de emissão, reforçar a equipa e reformular cenários, genéricos e infografias, a SIC mexeu indelevelmente no seu conteúdo. Para pior.


No novo Nós Por Cá, é a actualidade que manda. Ora, se antes a equipa encontrava uma boa história e a desenvolvia, agora confere primeiro a actualidade e tenta depois encontrar uma boa história à medida dela. Naturalmente, fracassa quase sempre. Primeiro, porque é precisamente isso que todos os programas e estações e jornais e rádios e sites de informação procuram todos os dias, acertando apenas de vez em quando. Depois porque, mesmo encontrando essa história, Nós Por Cá acaba por não ter tempo de desenvolvê-la com a verve com que o faria antigamente.

Como está, Nós Por Cá é apenas uma espécie de pré-Jornal da Noite. Se o Jornal da Noite vai falar do regresso às aulas, da gripe A, do TGV e do caso Portucale, pois é do regresso às aulas, da gripe A, do TGV e do caso Portucale que Nós Por Cá fala também, deixando apenas uns quantos minutos para fait divers e para uma crónica de Luís Costa Ribas. E, portanto, ou triunfa muito rapidamente nas audiências, ou deixa de fazer sentido na grelha.


CRÍTICA DE TV ("Crónica TV"). Diário de Notícias, 18 de Setembro de 2009

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Joel Neto


Joel Neto nasceu em Angra do Heroísmo, em 1974, e vive entre o coração de Lisboa e a freguesia rural da Terra Chã, na ilha Terceira. Publicou, entre outros, “O Terceiro Servo” (romance, 2000), “O Citroën Que Escrevia Novelas Mexicanas” (contos, 2002) e “Banda Sonora Para Um Regresso a Casa” (crónicas, 2011). Está traduzido em Inglaterra e na Polónia, editado no Brasil e representado em antologias em Espanha, Itália e Brasil, para além de Portugal. Jornalista de origem, trabalhou na imprensa, na televisão e na rádio, como repórter, editor, autor de conteúdos e apresentador. Hoje, dedica-se sobretudo à crónica e ao comentário, que desenvolve a par da escrita de ficção. O seu novo romance, “Os Sítios Sem Resposta”, sai em Abril de 2012, com chancela da Porto Editora. (saber mais)
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